As unidades de formas (textos/imagens) podem ter seus aspectos reforçados pelo uso da cor. Há peças em preto e branco com grande poder atrativo; há outras em cores que sugerem intensidade sensorial. O importante é saber quando e quanto usar (ou deixar de usar) as cores tendo em vista prender a atenção do leitor da mensagem e permitir uma eficiente assimilação da idéia a ser transmitida. Analisar obras de arte, estudar peças gráficas diversas, são sugestões para o desenvolvimento da sensibilidade cromática.
Podemos constatar que o uso da cor, nos diferentes campos em que seu emprego tem valor decisivo, não pode ser resolvido arbitrariamente, com base apenas na sensação estética. Com referência às áreas publicitárias, de promoção de vendas,ou de projetos visuais em geral, vários fatores se conjugam para determinar a cor exata que será a portadora da expressividade mais conveniente a cada tipo específico de mensagem para um produto a ser consumido ou serviço a ser utilizado. Na realidade, a especificidade daquilo que será anunciado tem íntima conexão com a cor empregada, quer seja para transmitir a sensação de realidade, quer para causar impacto. Ninguém ignora, por exemplo, que a cor é uma das características da moda, estando, portanto, intrinsecamente ligada ao estilo de vida, isto é, à maneira que cada sociedade tem de ser e de fazer determinadas coisas.
A Publicidade se adapta ao estilo de vida e reflete, ao menos em parte, o comportamento humano dentro de um determinado espaço de tempo. Essa limitação na transmissão da imagem se deve a uma das características mais marcantes da Publicidade: a de não fixar os aspectos negativos da sociedade dentro da qual é criada e para a qual se dirige. Nesse sentido ela pode ser considerada ilusória, pois fixa apenas os aspectos de uma realidade colorida, bela e feliz. Por todo o seu conteúdo emocional, por sua força de impacto e por sua expressividade de fácil assimilação, é a cor o elemento que mais contribui para transmissão dessa mensagem idealizada.
Como as notas musicais, são sete as cores básicas e, conforme suas combinações, tanto em mistura como em harmonia ou contraste, há milhões de alternativas resultantes. Essas sete cores básicas são: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Vejamos quais são os estímulos identificados a cada uma delas, bem como com suas variações obtidas pela mistura com preto e/ou branco, mas lembrando que são sugestões e não critérios rígidos, podendo haver uma diversidade de estímulos conforme a combinação (harmonias e contrastes) das cores entre si ou de suas misturas (duas ou mais cores fundidas para dar um resultado cromático).
Branco (reflexão de todas as cores): pureza, castidade, limpeza. Está associado à paz espiritual, à revitalização mental.
Preto (absorção de todas as cores): mistério, suspense. Está associado também à neutralidade ou à imparcialidade.
Cinza (mistura de preto e branco): maciez, cautela, indecisão, docilidade. Vermelho (cor primária): energia, força física, vitalidade, atenção. Está associado à ação, garra, coragem e a sensações derivadas do fogo, como calor, fortes emoções, paixão, etc.
Alaranjado (cor secundária resultante da mistura do vermelho com o amarelo): reflete as mesmas sensações captadas pelo vermelho de forma mais suavizada. O alaranjado (ou laranja) está associado à fruta (de onde deriva seu nome), portanto a sabores, alimentação, energia, alto–astral.
Amarelo (cor primária): luminosidade, inteligência, sabedoria, lógica, razão, esportes, liberdade. O amarelo está associado à prosperidade, à desenvoltura.
Verde (cor secundária resultante da mistura do amarelo com o azul): nas frequências claras (portanto mais amarelo do que azul), reflete frescor, juventude, saúde, bem–estar, associando–se ao equilíbrio físico, à estabilidade emocional; nas frequências escuras (portanto mais azul do que amarelo) transmite sensações de formalidade, tradição, conservadorismo, segurança financeira.
Azul (cor primária): paz, harmonia, serenidade, associando–se a espiritualidade, ao “relax” físico e mental.
Anil (cor secundária resultante da mistura de muito azul com pouco vermelho): limpeza, frio, distanciamento, superioridade intelectual. Está relacionado também a aspectos de organização, eficiência e controle.
Violeta (cor secundária resultante da mistura de azul com vermelho): nobreza, luxo, opulência. Está relacionado à elevação social, a status. Rosa ( vermelho com branco) / Lilás (violeta com branco): suavidade, fragrância, feminilidade.
Salmão (alaranjado com branco) / Vinho (vermelho com preto ou vermelho com violeta): sofisticação, elegância.
Marrom ( vermelho ou alaranjado com preto): segurança, solidez, riqueza.
Turquesa (cor terciária resultante da mistura do azul com o verde) / Limão ( cor terciária resultante da mistura do amarelo com o verde): limpeza, frescor, eficiência.
Cores pastéis: são resultado da mistura de qualquer cor com bastante porcentagem de branco, em geral refletem as sensações das cores das quais derivam mas de forma suavizada.
Meios–Tons ou Neutros da Cor: é a denominação para a mistura de qualquer cor com as diversas frequências de cinzas tanto claros, quanto escuros. Os meios–tons são aplicados, geralmente, para dar efeitos de sombras ou transparências em ares manuais com técnicas a guache espesso, óleo e acrílico.
Com o advento do computador e o desenvolvimento de programas gráficos há uma infinidade de possibilidades de organização das unidades de formas (sejam elas imagens ou textos) tais como figuras, texturas ou efeitos cromáticos aplicados em textos, parágrafos com aspectos de movimentação contornado, ou preenchido, em imagens, efeitos cromáticos e tonalidades variadas para a definição do volume, do peso ou leveza, de um projeto gráfico. Saber usar essas possibilidades e os recurso oferecidos pelos aplicativos gráficos, é questão de sensibilidade para a diagramação, para a composição dos elementos visuais que darão a forma para um projeto. |